Um dia sem seguro: O que pode acontecer?
O tema de hoje é um pouco diferente dos outros artigos, vou mostrar o que pode acontecer em um dia sem seguro das cargas.
As três histórias de hoje são reais, de clientes que cancelaram e voltaram ou então que saíram, ficaram sem seguro e soubemos depois o que aconteceu.
Primeiro caso:
A primeira história é de uma transportadora de pequeno porte. Uma empresa familiar, onde três irmãos eram responsáveis por toda a operação: Prospecção, negociação e contratos, transporte (inclusive, eram os motoristas), emissão de documentos, financeiro..
Com apenas um cliente fixo, acontecia com frequência dos números não fecharem ou fecharem em cima. Então, a esperança eram os fretes avulsos ou conseguir (pelo menos) mais um cliente.
Com os fretes avulsos cada vez mais escassos e a demora em conseguir um novo cliente fixo, eles decidiram cortar alguns gastos que julgaram como secundários. Entre eles, estavam os seguros de carga.
No Brasil, a cultura de “contratar seguro” é pouco enraizada nos mercados. Os seguros ainda são vistos como algo de segundo momento, quando na verdade, são vitais à sobrevivência das empresas.
De início, o corte de gastos pareceu algo bom, o fluxo de caixa melhorou um pouco. Porém ficou mais difícil conseguir fretes avulsos e o tão sonhado cliente novo.
Isso porque os embarcadores, além do serviço, esperam que as transportadoras tenham seguro para suas cargas. Mas tudo bem, para a empresa, naquele momento, as coisas estavam funcionando.
Após dois meses do cancelamento, um dos irmãos sofreu um acidente de trânsito enquanto transportava uma carga do cliente fixo.
As cargas desse cliente variavam de R$ 150 mil à R$ 300 mil por embarque e a desse acidente era de aproximadamente R$ 165 mil.
Mesmo que o valor estivesse próximo do mínimo desse cliente, ainda era uma situação muito ruim. Além dos R$ 165 mil da carga, o veículo teve sérios danos, o motorista se machucou e a empresa estava com o fluxo de caixa apertado.
Apesar do embarcador ter parcelado o valor em muitas vezes, o fluxo de caixa (que já era pequeno), teve uma diminuição drástica com um veículo e um motorista a menos.
Para evitarem a falência da empresa, fizeram um acordo com o cliente e venderam um dos veículos. Parte do valor, foi usado como uma “entrada” do valor da carga e outra para conserto do veículo que havia sofrido o acidente.
O restante do valor da carga foi parcelado e descontado dos valores dos fretes.
Logo após o acidente, a empresa voltou a contratar o Seguro de RCTR-C. O prejuízo que tiveram com o acidente, seria o suficiente paga pagar os dois seguros (acidente e roubo) por anos.
Segundo caso:
O segundo caso é de uma empresa maior, já consolidada no mercado. Suas operações não estavam concentradas em apenas um cliente fixo, mas sabemos que é sempre difícil perder um contrato.
O motivo do cancelamento não foi o fluxo de caixa, que eles tinham. A diretoria não via valor agregado no seguro e diziam que nunca precisaram.. estavam pagando a toa.
Conversamos bastante, sempre tentando mostrar que não era algo sem valor.. mas eventualmente, pediram o cancelamento.
Apesar do que parece, na semana seguinte eles tiveram dois sinistros. Em uma questão de dias, um prejuízo de quase R$ 500 mil reais.
Consegue imaginar?
No primeiro sinistro, eles entraram em contato para confirmar se as apólices já estavam canceladas. E como o cancelamento tem início a partir da data de envio da carta de solicitação, não havia nada que pudéssemos fazer.
Infelizmente, eles perderam um dos clientes, que havia fechado os transportes acreditando que as cargas estavam cobertas.
As condições das novas apólices foram agravadas por conta do alto valor de prejuízo e em uma seguradora diferente da que eles estavam anteriormente. Ainda assim, contrataram novamente os dois seguros.
Qual o custo mais alto: Dois sinistros com o prejuízo de R$ 500 mil ou a perda de um contrato fixo?
Terceiro caso:
Dei dois exemplos de empresas que cancelaram seus seguros de carga, mas essa última é um pouco diferente. Eles não cancelaram as apólices e ficaram sem seguro.
Porém, eles também não viam o seguro como uma prioridade. Por isso, quando os clientes não aceitavam o custo do seguro no frete, eles não averbavam as cargas.
Para quem está do lado de cá, a certeza de um sinistro negado é clara. Mas mesmo com todos os avisos e todas as explicações sobre manutenção de sequência numérica e obrigatoriedade do seguro, essa prática não mudou.
Por fim, tiveram um sinistro em uma carga de alto valor, negado por ”seleção de risco”, que é como as cargas que o transportados não averba são classificadas.
O fato de ser uma empresa consolidada, com experiência e uma fatura de seguro relativamente alta, em nada ajudou, uma vez que as regras básicas não foram seguidas.
Essa terceira história nos mostra que as vezes não é preciso estar sem seguro para que um problema desses aconteça.
Por isso, não deixe sua operação desprotegida: Contrate os seguros de transporte e cumpra todas as determinações do contrato!
Artigo produzido por: Maitê Sarchiolo
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